Educação técnica impulsiona o crescimento do agronegócio
O avanço tecnológico do agronegócio brasileiro tem tornado a educação técnica e a qualificação profissional fatores indispensáveis para o desenvolvimento do setor, que responde por cerca de 25% do PIB nacional.

O agronegócio brasileiro, responsável por aproximadamente um quarto do Produto Interno Bruto do país, passa por um período de transformação marcado pela incorporação intensiva de tecnologias e pela exigência de profissionais cada vez mais capacitados. Segundo Fernando Barreto, especialista em recursos humanos e sócio da consultoria Wiabiliza, a qualificação técnica já não é apenas um diferencial competitivo, mas um requisito mínimo para quem busca inserção ou crescimento no setor.
“O agronegócio está cada vez mais conectado a tecnologias como inteligência artificial, drones, sensores e softwares de gestão agrícola. Além disso, competências como gestão estratégica, liderança, comunicação e adaptabilidade são cada vez mais necessárias. Isso exige um novo perfil de profissional: mais analítico, adaptável e capaz de tomar decisões rápidas com base em dados”, explicou Barreto.
Em meio a essa dinâmica, áreas como agricultura de precisão, sustentabilidade, logística no campo e gestão rural têm concentrado grande parte da demanda por formação especializada. Barreto observa que, ao se aprofundar nesses temas, o profissional amplia substancialmente as possibilidades de colocação e progressão na carreira. “Empresas buscam profissionais com visão estratégica da cadeia produtiva, desde a produção até o consumidor final. Comunicação clara, liderança e trabalho em equipe — que podem e devem ser estimulados e aperfeiçoados por meio de cursos e treinamentos — também são habilidades altamente valorizadas”, afirmou.
A oferta de capacitação, por sua vez, se tornou mais acessível. O crescimento de plataformas digitais, iniciativas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e programas dos Institutos Federais têm possibilitado o ingresso de novos profissionais e a atualização de quem já atua na área. Além disso, empresas especializadas em consultoria e treinamento oferecem soluções personalizadas, que podem ser aplicadas de forma remota ou presencial, conforme a necessidade de cada organização.
Para os profissionais experientes, manter-se atualizado se tornou prioridade. Barreto avalia que o avanço constante do setor exige uma postura proativa em relação ao aprendizado. “Não basta mais fazer bem o que sempre foi feito. Acompanhar tendências, participar de eventos, buscar cursos e manter networking com especialistas são estratégias essenciais para garantir competitividade e crescimento na carreira”, ressaltou.
O mercado agropecuário brasileiro, historicamente associado à produção primária, consolidou-se também como ambiente de inovação e desenvolvimento profissional. Barreto projeta que essa característica deve se intensificar nos próximos anos, estimulando empresas e trabalhadores a investirem em qualificação contínua. “O agro não é mais sinônimo apenas de campo. É também tecnologia, estratégia e inovação. E quem estiver preparado, certamente terá espaço para crescer”, concluiu.
Fernando Barreto, especialista em recursos humanos e sócio da consultoria Wiabiliza.
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