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,02/06/2025

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Canola ganha espaço na produção de combustível sustentável

Com semente 100% nacional, cultivo de canola avança no Brasil e se posiciona como alternativa ao querosene na aviação, com menor emissão de CO₂.


Canola ganha espaço na produção de combustível sustentável Foto: Divulgação Advanta

A crescente demanda por soluções sustentáveis na aviação tem impulsionado o interesse por culturas agrícolas capazes de gerar biocombustíveis. Entre elas, a canola desponta como alternativa promissora, com potencial para atender parte da demanda por Combustível Sustentável de Aviação (SAF), cuja produção a partir de fontes renováveis pode reduzir entre 70% e 90% das emissões de dióxido de carbono em comparação ao querosene tradicional.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Brasil registrou mais de 925 mil decolagens em 2024, com um total superior a 118 milhões de passageiros. Diante do crescimento do setor, a busca por combustíveis renováveis torna-se estratégica para reduzir a pegada de carbono da aviação, responsável por aproximadamente 3,5% das emissões globais de CO₂.

Produção nacional fortalece cadeia da canola

A Advanta Seeds anunciou recentemente o início da produção de sementes de canola 100% nacional. A empresa é pioneira na produção de híbridos da cultura em território brasileiro e pretende ampliar sua atuação com o fornecimento de sementes parentais, fundamentais para a multiplicação local.

“Somos a primeira empresa a produzir híbridos dessa cultura no Brasil. Iniciar a produção interna foi estratégico para resolver o problema da falta de sincronização entre a oferta internacional e o calendário agrícola nacional”, explicou José Geraldo Mendes, engenheiro agrônomo e responsável pela área de supply chain da companhia.

Além de garantir sementes no momento ideal para o plantio, a nacionalização também reduz custos e assegura maior volume e qualidade, aumentando a atratividade da cultura para os produtores.

Modelo australiano inspira avanço da cultura

A atuação da empresa com a canola já é consolidada na Austrália, país onde mantém um programa robusto de melhoramento genético. Na América do Sul, além do Brasil, a cultura também está presente em programas na Argentina e no Chile.

“O objetivo agora é expandir a oferta no Brasil com sementes adaptadas às diferentes condições do território nacional. Isso significa mais tecnologia no campo e mais oportunidades de uso da canola como matéria-prima para o SAF”, afirmou Mendes.

Nova fronteira agrícola para a canola

Embora a cultura esteja tradicionalmente concentrada na Região Sul do Brasil, novas tecnologias vêm permitindo sua expansão para outras regiões, como o Cerrado. A canola pertence à família das crucíferas e, além do uso como óleo e ração, é altamente indicada para rotação de culturas, beneficiando lavouras subsequentes de milho, soja e trigo.

No entorno de Brasília, por exemplo, a Embrapa desenvolve um projeto voltado à tropicalização da canola, com o objetivo de selecionar genótipos mais adaptados às condições climáticas do Centro-Oeste.

“Esse será um trabalho contínuo de melhoramento genético. Com o envolvimento de toda a cadeia produtiva e a movimentação das indústrias interessadas no SAF, a canola tende a crescer no Brasil”, completou Mendes.

Produção de SAF se alinha às metas climáticas globais

O avanço do cultivo da canola no Brasil ocorre em sintonia com os compromissos internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa. A meta global estabelecida para 2030 prevê um corte significativo dessas emissões, e o SAF é peça central nesse esforço, especialmente em setores com menos alternativas de descarbonização, como a aviação.

Com sementes adaptadas, tecnologia nacional e capacidade de inserção em diferentes sistemas produtivos, a canola se posiciona como cultura estratégica para o futuro energético e ambiental do país.




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