As exportações brasileiras de carne bovina atingiram o maior volume da série histórica para o mês de maio. Segundo dados do Cepea, foram embarcadas 218.073 toneladas, aumento de 2,9% em relação a maio de 2024 e avanço expressivo de 29,6% frente a maio de 2023. O desempenho das vendas externas, aliado à boa demanda no mercado interno, tem garantido preços firmes para o boi gordo e para a carne no atacado.

No acumulado de janeiro a maio, o Brasil exportou 10,4% a mais em volume do que no mesmo período do ano passado, que até então detinha o recorde histórico. O preço médio da tonelada exportada também subiu significativamente. Em dólar, passou de US$ 4.500 em maio de 2024 para US$ 5.200 neste ano, valorização de 19%. Em reais, o preço médio saiu de R$ 23.146 para R$ 29.484 por tonelada, alta de 27,4%.

A força do mercado externo tem influenciado diretamente o comportamento do mercado doméstico. Conforme análise do Cepea divulgada nesta quinta-feira (06), as cotações da arroba do boi gordo se mantêm firmes, com reajustes que variam entre R$ 5 e R$ 10 em relação à semana anterior. Pecuaristas, principalmente em São Paulo, têm optado por segurar as vendas na expectativa de novos aumentos.

O Indicador do boi CEPEA/ESALQ/B3 fechou a quinta-feira (05/06) em R$ 311,15 por arroba, leve recuo diário de 0,02%, mas ainda acumulando alta de 1,65% no mês. Já o contrato futuro de boi gordo com vencimento em junho registrou queda de 0,59%, cotado a R$ 317,60/@. No entanto, o acumulado mensal segue positivo, com avanço de 1,71%.

Do lado da reposição, o mercado também apresentou movimento de valorização. O bezerro em Mato Grosso do Sul teve alta diária de 0,34%, sendo negociado a R$ 2.908,79 por cabeça. O boi magro em São Paulo subiu 1,08% no dia, cotado a R$ 4.095,73.

A carcaça casada bovina segue com preços firmes. Na Grande São Paulo, o valor médio do quilo ficou em R$ 21,61 na quinta-feira, avanço diário de 1,08%. A carcaça casada de fêmea manteve-se estável, a R$ 19,55/kg, acumulando alta de 1,40% no mês.

Apesar do interesse dos compradores, os frigoríficos demonstram cautela quanto à concessão de novos reajustes, atentos à evolução da demanda interna e ao escoamento da carne. As escalas de abate seguem em torno de uma semana, sinalizando equilíbrio entre oferta e demanda no curto prazo.

A combinação entre desempenho recorde nas exportações, firmeza nos preços internos da carne e expectativa de manutenção da demanda interna contribui para consolidar um cenário de otimismo no setor pecuário. O comportamento do câmbio e a evolução do consumo interno serão determinantes para os próximos movimentos do mercado.