Exportações de soja reagem em maio e milho avança com força
As exportações brasileiras de soja alcançaram 5,849 milhões de toneladas na quarta semana de maio de 2025, recuperando-se em relação ao desempenho de abril. Já o milho apresentou forte avanço, com crescimento no volume e valorização do preço médio.

O mercado externo de soja deu sinais de retomada ao longo de maio. De acordo com dados compilados pela Agrifatto com base na Secex, o volume exportado de soja pelo Brasil atingiu 5,849 milhões de toneladas na quarta semana do mês, superando os embarques do mesmo período de abril (4,767 milhões de toneladas) e do mês de maio de 2024 (3,990 milhões de toneladas).
Na comparação entre semanas, observa-se um crescimento sustentado ao longo do mês. A primeira semana de maio/25 teve 2,833 milhões de toneladas embarcadas. Na segunda semana, o volume subiu para 2,922 milhões, com recuo na terceira (2,232 milhões), antes do pico na quarta semana.
Apesar do incremento no volume, os preços médios da soja exportada mantiveram-se relativamente estáveis. Em maio de 2025, o valor médio foi de US$ 392,2 por tonelada, ligeiramente acima de abril (US$ 390,4/t), mas ainda inferior ao mesmo período do ano anterior, quando o preço alcançou US$ 430,1/t. A estabilidade dos preços reflete um mercado internacional cauteloso, em meio a estoques mais ajustados e oscilações cambiais.
Milho se destaca com alta nos embarques e preços
As exportações de milho também ganharam impulso em maio. O volume embarcado chegou a 467,1 mil toneladas na quarta semana, mais do que o dobro do total exportado na quarta semana de abril (206,3 mil toneladas) e muito acima das 135,7 mil toneladas de maio de 2024. A curva mensal mostra avanço constante, partindo de 96,6 mil toneladas na primeira semana, subindo para 115,4 mil na segunda, e saltando para 381,5 mil na terceira semana.
A tendência positiva no volume veio acompanhada de valorização no preço médio. O milho brasileiro foi negociado a US$ 570,5 por tonelada na quarta semana de maio, patamar bem acima dos US$ 278,2 registrados na quarta semana de abril, e dos US$ 209,3 registrados um ano antes.
Esse comportamento indica forte demanda externa aliada a menor oferta global. As altas nos preços refletem tanto a maior atratividade do cereal brasileiro quanto a presença de gargalos em outras origens exportadoras, o que aumentou a competitividade do milho nacional no mercado internacional.
Perspectivas e fatores de influência
O bom desempenho do milho pode estar relacionado a fatores climáticos adversos nos Estados Unidos e à necessidade de recomposição de estoques por parte de importadores da Ásia e do Oriente Médio. No caso da soja, a safra recorde brasileira garante oferta robusta, mas os preços mais baixos em relação a 2024 mostram que o mercado ainda busca equilíbrio entre oferta e demanda.
Outro aspecto relevante é a evolução cambial. O câmbio tem se mostrado um fator de suporte às exportações, ajudando a manter a atratividade dos produtos brasileiros, mesmo em cenário de preços internacionais mais acomodados.
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