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,06/06/2025

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CBios: excesso de oferta pressiona preços no primeiro semestre de 2025

Relatório do Itaú BBA aponta que o mercado de créditos de descarbonização (CBios) iniciou 2025 pressionado por excesso de oferta, mas tende a apresentar maior sustentação de preços no segundo semestre, com destaque para o quarto trimestre.


CBios: excesso de oferta pressiona preços no primeiro semestre de 2025

A Consultoria Agro do Itaú BBA divulgou, em junho, novo relatório de monitoramento do mercado de CBios, instrumento central do programa RenovaBio. O cenário atual é caracterizado por uma queda expressiva nos preços desses créditos no primeiro semestre de 2025, resultado do excesso de oferta gerado pelo aumento na produção e venda de etanol.

O preço médio do CBio caiu 10,9% em maio, fechando o mês a R$ 59,70 por unidade na B3. No acumulado do ano, o preço médio dos CBios ficou em R$ 71,70 — valor 11% inferior ao observado no ano-meta 2024.

Esse movimento de baixa é atribuído, sobretudo, à maior produção de etanol nos meses de março e abril, tanto no Centro-Sul quanto no Nordeste, combinada a um desconto concedido às distribuidoras por meio de contratos de longo prazo, o que resultou na redução de 1,5 milhão de CBios nas metas individualizadas.

Apesar da fraqueza recente, o Itaú BBA projeta um cenário de maior sustentação dos preços ao longo do segundo semestre. A expectativa é que a emissão mensal de CBios, que teve média de 3,5 milhões no primeiro semestre, caia para 3,3 milhões no segundo. Como esse volume se aproxima das necessidades de compra da parte obrigada, os analistas preveem um reequilíbrio entre oferta e demanda.

Para 2025, a estimativa de geração total de CBios é de 40,8 milhões de unidades. Desse total, 33,2 milhões devem vir da produção de etanol — incluindo uma participação crescente do etanol de milho, que passará de 23% para 29% da produção. A geração a partir do biodiesel deve alcançar 7,4 milhões de CBios, considerando a mistura B14 até o fim do ano. O bio-GNV contribuirá com cerca de 200 mil créditos.

As metas individualizadas de aquisição para as distribuidoras somam 49,5 milhões de CBios em 2025. No entanto, o Itaú BBA estima que 10,6 milhões não serão aposentados, seja por inadimplência ou por decisões estratégicas dos agentes obrigados. Com isso, o volume efetivamente aposentado deve ser de 38,9 milhões de créditos, o que permitirá um crescimento de 2,1 milhões no estoque final, totalizando 18,5 milhões ao fim do ano.

Segundo os dados da B3, o volume de créditos depositados em maio foi de 3,47 milhões, praticamente estável em relação a abril e 1% acima do mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, a emissão atingiu 17,89 milhões de CBios, um avanço de 3% sobre igual período do ano anterior.

O saldo de CBios em estoque também aumentou. Em maio, o mercado contava com 28,14 milhões de unidades em estoque. A parte obrigada detinha 11,65 milhões, enquanto os emissores mantinham 16,29 milhões. Até o momento, foram aposentados 6,21 milhões de CBios em 2025.

A dinâmica do programa RenovaBio ainda sofre interferência de decisões judiciais e de mudanças regulatórias. O decreto 11.141/22, por exemplo, alterou os prazos de comprovação das metas, mas foi posteriormente revogado pelo Ministério de Minas e Energia, que restabeleceu a data-limite de 31 de dezembro para o cumprimento das metas anuais.

O relatório do Itaú BBA destaca que a maior contribuição para os CBios vem do etanol hidratado, cuja produção deverá cair nos próximos meses. A previsão é de retração nas vendas de etanol combustível de 4% em 2025 frente a 2024. Essa redução pode ser decisiva para diminuir a pressão sobre os preços dos créditos, criando ambiente mais equilibrado no último trimestre do ano.




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