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,10/07/2025

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Exportações de carne sofrem impacto de tarifa americana

O governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, elevando a carga total a 76% e comprometendo a competitividade da carne bovina nacional no mercado norte-americano, segundo análise da Agrifatto.


Exportações de carne sofrem impacto de tarifa americana

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou nesta quarta-feira, 9 de julho, a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país. A medida, que passa a vigorar a partir de 1º de agosto, eleva a carga tarifária total a 76% sobre a carne bovina brasileira, considerando os tributos já existentes e o esgotamento da cota de importação.

De acordo com levantamento da Agrifatto, os Estados Unidos são atualmente o segundo principal destino das exportações de carne bovina do Brasil. Entre janeiro e junho de 2025, o mercado norte-americano absorveu 181 mil toneladas do produto, equivalente a 11,8% do volume total embarcado e a 14,2% da receita do setor, somando US$ 1,04 bilhão. O preço médio pago pelos importadores americanos foi de US$ 5.727 por tonelada.

Com o novo imposto, a tonelada brasileira chegaria ao mercado dos Estados Unidos ao custo estimado de US$ 8.590, o que, segundo a Agrifatto, torna o produto praticamente inviável para os compradores locais. A decisão foi justificada pelo governo norte-americano como resposta a uma “relação comercial injusta” e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado por Trump como uma “caça às bruxas”.

A expectativa é que os impactos da medida sejam sentidos imediatamente tanto no mercado físico quanto nos contratos futuros. A consultoria aponta que o excedente de carne bovina destinado ao mercado interno poderá pressionar os preços da arroba do boi gordo. Além disso, os importadores de outros países podem adotar postura oportunista e buscar reduzir os valores pagos pela proteína brasileira.

Em termos globais, o espaço deixado pelo Brasil nos Estados Unidos tende a ser ocupado por outros exportadores. A Austrália se destaca como candidato a ampliar sua participação. Entre janeiro e junho, o país exportou 702 mil toneladas de carne bovina, um crescimento de 16,8% frente ao mesmo período de 2024. As vendas australianas para os Estados Unidos chegaram a 202,8 mil toneladas no semestre.

Ainda conforme dados da Agrifatto, o desempenho australiano é sustentado por uma produção intensiva em confinamento, com recordes históricos de abate e embarque. Outros fornecedores, como Paraguai, Uruguai e Argentina, também devem se beneficiar da retração brasileira no mercado norte-americano.

Para mitigar as perdas, a indústria brasileira deverá buscar alternativas comerciais em destinos como Argélia, Chile e principalmente China, que lidera a demanda global pela carne bovina do país. A consultoria ressalta que uma valorização cambial poderia, em parte, compensar a perda de receita causada pela redução de preços e pela menor competitividade no mercado dos Estados Unidos.

O relatório da Agrifatto enfatiza que a situação requer monitoramento constante e decisões ágeis por parte do governo e dos exportadores, com ajustes rápidos de estratégia comercial e política.





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