Exportações e clima seguem influenciando o agro
Na véspera do feriado de Corpus Christi no Brasil e Juneteenth nos EUA, o mercado de commodities agrícolas registrou baixa liquidez e oscilações pontuais nos preços de milho, boi gordo e soja.

As movimentações do mercado de commodities agrícolas foram limitadas na última quarta-feira (18), refletindo o comportamento típico de vésperas de feriados nacionais no Brasil e nos Estados Unidos. O cenário de menor liquidez resultou em variações pontuais, com destaque para o milho no mercado físico brasileiro e ganhos técnicos em Chicago.
Milho
Após sucessivas quedas, o milho registrou valorização de 1,05% no mercado físico, com a saca negociada a R$ 68,07 na praça de Campinas/SP. Na B3, os contratos futuros do cereal operaram com leve variação e baixo volume de negócios. O contrato com vencimento em julho de 2025 (CCMN25) teve alta de 0,32%, cotado a R$ 63,07 por saca.
Nos Estados Unidos, a proximidade do feriado de Juneteenth reduziu o ritmo dos negócios, mas os contratos futuros encerraram o dia em alta. A valorização foi impulsionada pelo desempenho do trigo, substituto do milho na formulação de ração animal. O contrato julho/25 (ZCN25) subiu 0,46%, fechando a US$ 4,33 por bushel.
Boi gordo
O mercado físico do boi gordo mostrou recuperação em algumas praças. Em Rondônia, a arroba subiu 1,15%, sendo cotada em média a R$ 276,34. Apesar da firmeza nas escalas de abate — com média de sete dias — e das exportações aquecidas, os contratos futuros recuaram. O vencimento outubro/25 registrou queda de 1,21% na B3, encerrando a R$ 333,55/@.
No mercado atacadista e varejista, o ritmo das vendas continua travado. As negociações foram antecipadas por conta do feriado, o que reduziu o tempo útil para a reposição e escoamento da produção. A demanda abaixo do esperado por parte dos distribuidores mantém os preços pressionados, mesmo diante das escalas curtas de abate.
Soja
No mercado interno, a soja encerrou o pregão em queda de 0,21%, com a saca cotada a R$ 134,70 em Paranaguá/PR. O dólar teve variação mínima, com o contrato junho/25 (DOLM25) recuando 0,01% e sendo negociado a R$ 5,517 na B3.
Já na Bolsa de Chicago, a oleaginosa registrou seu quarto pregão consecutivo de alta, embora a valorização tenha sido modesta. A piora nas condições das lavouras norte-americanas continua sustentando os preços. O contrato julho/25 (ZSN25) subiu 0,07%, alcançando US$ 10,7475 por bushel.
Panorama da semana
Entre os destaques recentes do setor, o relatório da Agrifatto aponta que o comércio exterior de carne bovina segue aquecido, com destaque para os embarques aos Estados Unidos, Chile e México. Além disso, o mercado do milho apresentou viés baixista ao longo da semana, tanto na B3 quanto em Chicago.
Outro ponto de atenção é o cenário geopolítico no Oriente Médio. A intensificação do conflito entre Israel e Irã levanta preocupações sobre os impactos nas cadeias de fornecimento globais, especialmente nos setores de fertilizantes e energia, com potenciais reflexos nos custos de produção agrícola.
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