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,06/06/2025

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Armadilhas ajudam Mapa a monitorar pragas em vinhedos

Armadilhas com feromônio são usadas pelo Mapa para monitorar a presença da Lobesia botrana, praga ausente no Brasil. Em 2025, quatro insetos suspeitos foram analisados e descartados pela Embrapa.

Fonte: MAPA
Armadilhas ajudam Mapa a monitorar pragas em vinhedos Foto: Divulgação

Auditores fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizam, a cada 15 dias, inspeções em armadilhas instaladas em pontos estratégicos do Estado de São Paulo para monitorar a presença da Lobesia botrana, também conhecida como traça europeia dos cachos da videira. A praga é considerada quarentenária ausente no Brasil e, por isso, ações de vigilância são adotadas de forma contínua com o objetivo de evitar sua entrada e estabelecimento no país.

A Lobesia botrana é uma mariposa que ataca os frutos da uva e facilita a instalação de doenças fúngicas, resultando em perdas econômicas e impactos ambientais. Presente em países como Estados Unidos, Argentina, Chile e em toda a região do Mediterrâneo, é considerada a principal praga da viticultura nessas localidades.

No Brasil, a vigilância faz parte do Plano Nacional de Prevenção e Vigilância da Lobesia botrana, regulamentado pela Portaria nº 33, de 29 de janeiro de 2020. A ausência da praga no território nacional permite a adoção de medidas legais para impedir a entrada de produtos agrícolas contaminados.

As armadilhas utilizadas no monitoramento são do tipo Delta e operam com feromônios sexuais sintéticos que atraem as mariposas. Uma vez dentro do dispositivo, o inseto fica preso a uma base adesiva, o que permite sua coleta para análise. Esses materiais são importados sob autorização do Mapa e distribuídos às unidades estaduais de monitoramento nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.

Em São Paulo, o monitoramento ocorre desde 2018, durante as duas safras da uva: a tradicional, de setembro a fevereiro, e a safrinha (resultante da poda verde), que se estende por mais meses em determinadas regiões. Em locais como Jales, por exemplo, o controle é feito entre abril e outubro.

Apesar de o número de capturas ser baixo, qualquer ocorrência suspeita aciona o protocolo de alerta. Em 2023, foram realizadas 286 verificações de armadilhas no estado, com dois insetos suspeitos analisados. Em 2024, esse número foi de três suspeitas em 252 visitas. Em 2025, até o momento, houve 89 verificações e quatro insetos suspeitos foram coletados.

Todas as amostras foram enviadas ao laboratório da Embrapa Uva e Vinho, localizado em Bento Gonçalves (RS), para identificação. Segundo o pesquisador Marco Botton, responsável pela análise, nenhuma das amostras foi confirmada como Lobesia botrana. “Desde o início do programa, recebo amostras de mariposas suspeitas. Neste ano, as quatro analisadas não correspondiam à Lobesia, o que demonstra que a praga continua ausente no Brasil”, afirmou.

Além de áreas produtoras como São Miguel Arcanjo, Jundiaí, Espírito Santo do Pinhal, Elias Fausto, Porto Feliz, Indaiatuba, Pilar do Sul e Salto de Pirapora, o monitoramento se estende a locais de alto risco para a entrada da praga. Entre os pontos de instalação das armadilhas estão a Ceagesp, que comercializa uvas importadas, o Porto de Santos e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde o sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) atua em conjunto com o Mapa.

A chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal de São Paulo, Carolina de Araújo Reis, explicou que o avanço técnico e o uso de novas variedades ampliaram o período de cultivo da uva em algumas regiões do estado. “Há áreas onde se mantêm duas safras por ano, mantendo a cultura ativa por cerca de dez meses. Isso exige uma vigilância ainda mais constante ao longo do calendário agrícola”, explicou.

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, também atua no monitoramento. Equipes vistoriam regularmente armadilhas nas regiões de Tupi Paulista, Palmeira d’Oeste e Jales, fortalecendo a rede estadual de proteção fitossanitária.

O uso sistemático de armadilhas permite não apenas comprovar a ausência da praga, como também responder com agilidade a qualquer sinal de ameaça, reforçando a segurança sanitária da cadeia produtiva da uva no Brasil.




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