MegaLeite destaca impacto econômico da genética na bubalina
A avaliação genética de búfalos foi destaque na MegaLeite 2025, com foco no aumento da produtividade e da rentabilidade dos criadores.

Durante a programação técnica da MegaLeite 2025, realizada em Belo Horizonte (MG), a bubalinocultura ganhou espaço com palestras voltadas à aplicação da genética como ferramenta de gestão produtiva e econômica. A zootecnista Gabriela Stefani e o médico veterinário Renato Amaral conduziram os debates sobre os impactos diretos da avaliação genética no desempenho leiteiro dos rebanhos.
Gabriela apresentou os fundamentos do programa de avaliação genética de búfalos, desenvolvido com o objetivo de fornecer aos criadores informações técnicas que embasem decisões de seleção e descarte. “Esse programa foi criado para oferecer aos criadores uma ferramenta para identificar o potencial genético dos animais. É um recurso que auxilia na tomada de decisões sobre quais animais devem continuar no rebanho reproduzindo, e quais não têm uma genética favorável e devem ser descartados”, explicou.
A metodologia considera dados enviados pelos próprios criadores, como volume de leite produzido, características genéticas, idade dos animais, estação do ano, fatores ambientais e informações do rebanho. Segundo Gabriela, o programa permite comparar indivíduos mesmo em condições distintas. “Com toda essa análise dos fatores que influenciam a produção, será possível comparar diretamente animais de diferentes rebanhos, épocas e sexos”, detalhou.
Complementando a abordagem técnica, o veterinário Renato Amaral concentrou sua apresentação nos resultados econômicos decorrentes do uso da avaliação genética como estratégia de melhoramento. Segundo ele, a técnica contribui diretamente para o aumento do volume de leite e, consequentemente, da receita da propriedade. “O melhoramento é uma ferramenta que o produtor tem para selecionar seus melhores animais e obter aumento de produção e retorno financeiro”, afirmou.
Amaral exemplificou os efeitos do ganho incremental na produtividade do rebanho. “Se você tem 100 animais e consegue um ganho de um litro por dia em produção, terá 100 litros a mais por dia. Multiplicado por 30, são 3 mil litros por mês”, calculou. Esse acréscimo, segundo ele, impacta diretamente o faturamento do produtor, com reflexos na sustentabilidade do negócio.
A seleção dos animais menos produtivos é uma etapa fundamental do processo. “Você vai tirando do seu rebanho os piores animais, com menores avaliações e menos potencial de produção. Com isso, vai aumentando a sua média e o retorno financeiro”, observou.
As palestras integraram a programação comemorativa dos 65 anos da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), reforçando a proposta da entidade de aproximar os produtores das soluções técnicas aplicáveis à realidade da bubalinocultura brasileira. A MegaLeite 2025 aconteceu entre os dias 10 e 14 de junho, no Parque da Gameleira, em Minas Gerais.
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