As lavouras de milho segunda safra nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás começaram a ser avaliadas pelas equipes técnicas do Rally da Safra a partir de 1º de junho. A expedição, organizada pela Agroconsult, percorre até o dia 7 regiões como Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Itiquira, Chapadão do Sul, Jataí, Mineiros e Rio Verde. A análise de campo visa confirmar o desempenho das áreas cultivadas em um cenário marcado por plantio mais tardio, mas favorecido por uma boa distribuição de chuvas.

De acordo com estimativas preliminares, a segunda safra de milho em 2025 poderá atingir 112,9 milhões de toneladas, um aumento de 10,5% em relação à temporada anterior. A área plantada também cresceu, chegando a 17,9 milhões de hectares — 1 milhão a mais que no ciclo 2023/24. A produtividade média é estimada em 105 sacas por hectare, um avanço de 4,1%.

Segundo André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, o aumento da área e a boa recuperação das lavouras após chuvas em abril e maio sustentam as projeções otimistas. “Trata-se de uma segunda safra de milho com crescimento expressivo de área, mas que carregava uma dúvida grande sobre seu potencial produtivo em razão das lavouras terem sido implementadas em calendário de maior risco. O alongamento do ciclo da soja levou ao plantio mais tardio do milho — já no mês de março — especialmente no Mato Grosso e um pouco em Goiás. Mas o receio dos produtores acabou se dissipando com as boas chuvas de abril e que se estenderam até maio, período mais importante para a definição do potencial produtivo das lavouras”, explica.

O cenário atual é diferente do registrado no mesmo período de 2024, quando perdas de produtividade foram observadas em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo devido à estiagem. “Já nesse início da etapa milho, apesar de sabermos que existem alguns problemas, como é o caso do Oeste do Paraná, onde as primeiras lavouras sofreram com a estiagem em janeiro, não há estados em situação crítica. Ao contrário: Mato Grosso e Goiás já estão com sua safra praticamente definida e têm tudo para ultrapassar os recordes anteriores, a depender dos resultados de campo”, afirma Debastiani.

A expedição seguirá até o dia 15 de junho, com seis equipes em campo. As primeiras duas já percorreram o Médio-Norte e Oeste do Mato Grosso, visitando regiões como Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Campo Novo do Parecis, Sapezal e Vilhena (RO). As próximas etapas contemplarão o Sul do Mato Grosso do Sul e o Norte e Oeste do Paraná entre os dias 8 e 15 de junho.

A edição 2025 do Rally da Safra conta com patrocínio de empresas como Banco Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz®, SoyTech™, xarvio®, BIOTROP, JDT Seguros e TIM Brasil. As análises técnicas são realizadas por profissionais da Agroconsult e das empresas apoiadoras, que também visitam propriedades e dialogam com produtores rurais ao longo do trajeto.

Até o momento, mais de 1.700 lavouras de soja foram avaliadas pelo Rally durante os períodos de desenvolvimento e colheita em estados como MT, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, PA, MA, PI, TO e BA. As regiões analisadas representam 97% da área cultivada com soja e 72% da área de milho no Brasil, consolidando a expedição como uma das mais abrangentes ferramentas de monitoramento da produção agrícola do país.

Técnico do Rally da Safra avalia lavoura de segunda safra de milho.