CBOT: Soja sobe com demanda externa; milho e trigo caem
Na CBOT, soja encerra quinta (8) em alta com suporte do óleo; milho e trigo recuam pressionados por avanço do plantio nos EUA.

Os contratos futuros da soja encerraram a quinta-feira (8) em alta na Bolsa de Chicago (CBOT), sustentados principalmente pela valorização do óleo e por novos registros de vendas externas. O contrato de julho subiu 5,75 pontos (0,55%), a US$ cents 1.045,00 por bushel. O vencimento de agosto avançou 4,50 pontos (0,43%), a US$ cents 1.040,00 por bushel.
Apesar do movimento positivo do dia, ambos os vencimentos acumulam perdas semanais de 1,23% e 1,07%, respectivamente.
O principal fator de suporte foi a disparada de 2,37% no preço do óleo de soja, que acompanhou a alta superior a 3% do petróleo WTI na Bolsa de Nova York (Nymex). Em contrapartida, o farelo de soja recuou levemente, com queda de 0,10%.
Além disso, a demanda internacional colaborou para a alta. Exportadores dos Estados Unidos reportaram ao Departamento de Agricultura (USDA) a venda de 225 mil toneladas de soja ao Paquistão, com entrega prevista para o ciclo 2025/26.
Exportações aquecidas contribuem para os ganhos
O USDA também divulgou os dados semanais de exportações, com comercializações de 376 mil toneladas de soja para entrega em 2024/25 — volume mais de três vezes superior ao necessário semanalmente para atingir a meta anual do órgão.
No entanto, os ganhos foram limitados pelo bom andamento do plantio da safra 2025/26 nos Estados Unidos. As condições climáticas favoráveis no Corn Belt permitem um ritmo acima da média histórica para esta época do ano, o que tende a pressionar os preços no curto prazo.
Na próxima segunda-feira (12), o USDA publicará seu relatório mensal de oferta e demanda, com a primeira estimativa oficial para a produção da nova safra norte-americana — dado amplamente aguardado pelo mercado.
No Brasil, a finalização da colheita também segue no radar dos investidores. Já na Argentina, as chuvas têm dificultado o avanço dos trabalhos de campo, atrasando o encerramento da safra.
Outro ponto de atenção segue sendo o encontro marcado entre Estados Unidos e China neste sábado (10), com foco na disputa tarifária entre os países. Tensão geopolítica no Leste Europeu e Oriente Médio também permanece no horizonte dos operadores.
Milho recua com avanço do plantio e boas perspectivas no Brasil
Na contramão da soja, os preços do milho recuaram. O contrato de julho caiu 1,75 ponto (0,39%), fechando a US$ cents 447,50/bushel. O vencimento de setembro cedeu 3,00 pontos (0,70%), cotado a US$ cents 426,50/bushel.
Na semana, as perdas acumuladas foram de 4,58% e 3,07%, respectivamente.
Apesar da valorização do petróleo, que tende a favorecer o etanol à base de milho, o movimento não foi suficiente para sustentar os preços. O USDA informou vendas de 205 mil toneladas do cereal ao México e 115 mil toneladas para destinos não revelados, mas o mercado não reagiu.
Segundo analistas, o adiantamento da semeadura nos EUA e a expectativa de uma boa segunda safra no Brasil exerceram maior peso nas cotações.
As vendas externas de milho na semana passada somaram 1,662 milhão de toneladas, superando tanto o volume da semana anterior (1,042 mi t) quanto a média necessária para cumprir a meta anual.
Trigo acompanha tendência de baixa e fecha em queda
O trigo também encerrou a sessão em baixa nas bolsas norte-americanas. Em Chicago, o contrato de julho caiu 5,00 pontos (0,94%), fechando a US$ cents 529,25/bushel. Na semana, a perda acumulada é de 2,53%.
Na Bolsa de Kansas (KCBT), o mesmo vencimento recuou 4,75 pontos (0,90%), cotado a US$ cents 524,75/bushel, com desvalorização semanal de 3,05%.
Os dados semanais de exportação informados pelo USDA indicaram 70 mil toneladas de trigo comercializadas para entrega em 2024/25 e 493 mil toneladas para 2025/26.
COMENTÁRIOS