Após dois anos consecutivos de retração, o mercado de máquinas agrícolas dá sinais de recuperação. Segundo o Itaú BBA, a expectativa de uma safra cheia em 2025 e o retorno gradual dos investimentos por parte dos produtores rurais devem impulsionar a retomada do setor.

De janeiro a fevereiro, foram vendidas 7.326 unidades entre tratores e colheitadeiras, crescimento de 43% em comparação com o mesmo período de 2024, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Expectativa de crescimento reforça otimismo no setor

As projeções da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) indicam aumento de 8,2% nas vendas de máquinas agrícolas neste ano. Em 2024, o setor enfrentou queda de 19,9% no faturamento, que somou R$ 60,4 bilhões. O recuo foi atribuído principalmente à quebra de safra.

“Começamos a observar a liberação de investimentos que estavam represados. Nos últimos anos, o produtor segurou a renovação do parque de máquinas, e agora já vemos um ritmo melhor de negócios e perspectivas mais animadoras”, afirmou Pedro Fernandes, diretor de Agronegócio do Itaú BBA.

Agrishow 2025 prevê R$ 15 bilhões em intenções de negócios

Mesmo diante de incertezas quanto ao Plano Safra 2025/26 e em um cenário macroeconômico ainda desafiador, a Agrishow — maior feira de tecnologia agrícola da América Latina — divulgou que prevê R$ 15 bilhões em intenções de negócios para este ano. O montante representa crescimento de 10,2% em relação ao registrado na edição de 2024.

Para Fernandes, o ambiente de feira confirma a confiança do setor na recuperação da atividade. “Estamos diante de mais um ano marcado por investimento, pela ampliação da nossa presença comercial e pela regionalização da operação no agronegócio”, destacou.

Crédito rural e biocombustíveis ganham protagonismo

O Itaú BBA iniciou 2025 com uma carteira de crédito rural de R$ 115 bilhões e projeta encerrar o ano com R$ 135 bilhões. Um dos focos estratégicos do banco está na cadeia de agroindústrias voltadas à produção de biocombustíveis.

De acordo com levantamento da instituição, mais de R$ 30 bilhões em projetos estão mapeados nos segmentos de etanol de milho e esmagamento de soja — mercados que seguem em expansão no Brasil, com forte apelo de sustentabilidade e diversificação de receita.