A fragilidade do seguro agrícola no Brasil
Milhares de produtores ficaram sem apoio pra contratar o seguro e agora estão à mercê do clima.

*Por: Luciano dos Santos Alegre
Hoje o assunto é sério e interessa a todo produtor que planta e quer colher com segurança: o seguro agrícola.
Você sabia que, no Brasil, o seguro rural cobre cada vez menos áreas plantadas? Em 2022, ele protegia cerca de 14 milhões de hectares. Agora, em 2025, pode não chegar nem a 5 milhões. E sabe por quê? O governo federal cortou 42% do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, o famoso PSR. Isso significa que milhares de produtores ficaram sem apoio pra contratar o seguro e agora estão à mercê do clima.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, quase 90% da área plantada com milho e soja está segurada. Lá, o seguro agrícola é prioridade, com recursos estáveis, garantidos por leis que valem por cinco anos. O governo americano cobre de 60% a 100% do valor dos prêmios e ainda oferece seguros que protegem a receita — ou seja, o produtor recebe se perder a produtividade ou se o preço de mercado cair.
Um estudo recente de 2025, da Universidade de Illinois, mostrou que até lá tem problema: culturas como soja e milho recebem menos retorno em relação ao prêmio pago, quando comparadas a arroz e cevada. Mas a diferença é que eles já estudam soluções inteligentes, como um seguro conjunto para milho e soja, que aumentaria a proteção sem gastar mais.
E o que o Brasil pode aprender com isso? Primeiro: precisamos tratar o seguro rural como política de Estado, e não como gasto que se corta quando falta dinheiro. Segundo: é hora de inovar, criar produtos melhores, adaptados à realidade do nosso produtor. E terceiro: proteger a lavoura não é custo — é investimento em segurança.
Porque, no fim das contas, quem planta, colhe. Mas quem se protege, sobrevive — e continua no jogo, mesmo quando o tempo vira.
Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram.
Até mais...
*Luciano dos Santos Alegre, engenheiro agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio.
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