Exportações de soja caem em junho apesar de alta semanal
O Brasil registrou redução nas exportações de soja e milho em junho de 2025, segundo análise da Agrifatto Consultoria. Apesar de alta pontual no final do mês, os embarques de grãos ficaram abaixo do desempenho de junho de 2024.

As exportações brasileiras de soja em grão somaram 13,42 milhões de toneladas ao longo dos 20 dias úteis de junho de 2025. O volume representa uma retração de 3,78% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando os embarques alcançaram 13,96 milhões de toneladas.
Na última semana de junho, porém, houve aumento expressivo dos embarques, que atingiram 4,39 milhões de toneladas, quase o dobro do volume da semana anterior, de 2,45 milhões de toneladas. O resultado acumulado do mês superou em 11% as projeções iniciais, que estimavam 12,09 milhões de toneladas exportadas.
O preço médio da soja exportada foi de US$ 398,13 por tonelada, valor 9,56% inferior ao registrado em junho de 2024, que foi de US$ 440,19. A queda nos preços impactou diretamente a receita total das exportações, que somou US$ 5,36 bilhões, equivalente a 87,48% do valor obtido no mesmo mês do ano passado, quando o montante atingiu US$ 6,13 bilhões.
No mercado de milho, as exportações fecharam junho em baixa. O volume total embarcado foi de 369 mil toneladas, resultado 56,57% menor que o registrado em junho de 2024, quando as exportações somaram 850 mil toneladas. Apesar de melhora nos embarques na segunda quinzena, o desempenho não foi suficiente para reverter a tendência de queda.
O consultor da Agrifatto destacou que o volume ficou abaixo das expectativas projetadas para o período, que indicavam exportações de 486 mil toneladas. Ao contrário da soja, o milho teve aumento expressivo no preço médio de exportação, que alcançou US$ 293,73 por tonelada, alta anual de 46,59% frente ao preço médio de US$ 200,38 praticado em junho do ano passado.
As vendas externas de milho geraram receita total de US$ 96,18 milhões, valor 43,66% inferior ao resultado de junho de 2024, quando o faturamento foi de US$ 170 milhões.
No movimento oposto, o Brasil ampliou as importações de milho em junho. O país comprou 132,77 mil toneladas do grão, o que representa incremento de 89,86% em comparação ao mesmo mês de 2024, quando foram importadas 69,93 mil toneladas.
As compras no exterior ficaram 32,77% acima das estimativas iniciais, que previam importação de 100 mil toneladas, puxadas pelo volume expressivo da última semana, quando foram internalizadas 63,25 mil toneladas.
O preço médio do milho importado encerrou o mês cotado a US$ 172,30 por tonelada, leve redução de 5,18% em relação a junho de 2024, quando o preço foi de US$ 181,71. O valor total destinado às importações somou US$ 22,55 milhões, crescimento de 71,43% frente ao desembolso do mesmo período do ano passado, de US$ 13,15 milhões.
Os dados foram divulgados pela Agrifatto Consultoria no boletim semanal sobre o comércio exterior de grãos.
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