Estudo mostra expansão da indústria de fertilizantes no país
A Abisolo divulgou estudo que identifica 872 empresas atuando na produção e importação de fertilizantes no Brasil, apontando crescimento do setor, diversificação de portfólios e predominância de negócios criados após 2000.

A indústria brasileira de fertilizantes vem passando por um processo acelerado de expansão e diversificação, como demonstra o estudo Empresas Produtoras e Importadoras de Fertilizantes no Brasil – Edição 2024, divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo). O levantamento identificou 872 empresas ativas responsáveis pela produção e importação de fertilizantes, evidenciando a relevância econômica e estratégica desse segmento no abastecimento do agronegócio nacional.
De acordo com o estudo, 129 novos empreendimentos iniciaram operações entre 2020 e 2024. Uma parte significativa dessas empresas dedica-se à fabricação de fertilizantes organominerais e orgânicos, alinhando seus portfólios às demandas por soluções mais sustentáveis e ao uso eficiente dos recursos naturais. Essa tendência acompanha a evolução do perfil do consumidor agrícola, que busca tecnologias capazes de manter a produtividade ao mesmo tempo em que reduzem impactos ambientais.
A concentração regional das empresas segue o padrão histórico da cadeia produtiva de insumos agrícolas no Brasil. O Sudeste responde por 50,6% das organizações do setor, seguido pelo Sul, com 28%. Entre os estados, São Paulo lidera de forma destacada, reunindo 34,7% dos estabelecimentos. O estudo indica ainda a consolidação de polos produtivos que reúnem desde multinacionais com atuação global até pequenos e médios empreendedores com enfoque regional.
Em relação à variedade de produtos, o levantamento aponta que 718 empresas trabalham com fertilizantes minerais, enquanto 476 produzem orgânicos e 388 atuam com organominerais. O segmento de biofertilizantes também marca presença, ainda que em menor número, com 11 companhias especializadas. Essa distribuição evidencia uma indústria com portfólios diversificados, preparada para atender a diferentes tipos de cultivos, regiões e perfis de produtores rurais.
A pesquisa também avaliou os modos de aplicação oferecidos pelas empresas. Entre as 872 mapeadas, 687 possuem produtos voltados para uso via solo, 547 via folha, 160 via fertirrigação, 126 via sementes e 31 para hidroponia. Essa multiplicidade de formas de aplicação reflete o avanço tecnológico e a adaptação das soluções fertilizantes às exigências técnicas da agricultura brasileira, marcada pela heterogeneidade de solos e condições climáticas.
Outro dado que chama atenção no estudo é a juventude da indústria. Mais de 75% das empresas iniciaram atividades após o ano 2000, demonstrando que o segmento atrai novos investidores e empreendedores, além de incorporar inovações em produtos e processos. Esse dinamismo tem impulsionado o desenvolvimento de tecnologias que dialogam com o conceito de Produtividade Inteligente, defendido pela Abisolo como caminho para associar eficiência agronômica, inovação e sustentabilidade.
O mapeamento do setor é apontado pela entidade como uma ferramenta relevante para nortear políticas públicas e investimentos privados. A partir dos dados coletados, instituições governamentais, pesquisadores e empresas podem compreender melhor a estrutura produtiva do mercado nacional de fertilizantes e projetar estratégias que assegurem maior competitividade e segurança no abastecimento de nutrientes às lavouras.
Fundada em 2003, a Abisolo congrega atualmente mais de 140 empresas associadas que atuam na produção de fertilizantes minerais especiais, organominerais, orgânicos, biofertilizantes, condicionadores de solo e substratos para plantas. Além da representação institucional, a entidade participa de debates técnicos e regulatórios junto a ministérios, órgãos de fiscalização e outras organizações do setor agrícola.
Os resultados da pesquisa integram o Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2024, publicação que reúne informações estatísticas, análises de mercado e conteúdos técnicos voltados a profissionais, gestores públicos e empresas do setor. O anuário pode ser consultado no site da associação.
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