Verba do seguro rural é reduzida e Aprosoja-MT critica medida
O corte de verbas federais destinadas ao seguro rural gerou forte reação da Aprosoja Mato Grosso. Para o presidente Lucas Costa Beber, a medida compromete a gestão de riscos na atividade agrícola e representa retrocesso nas políticas públicas do agro.

A recente decisão do governo federal de cortar recursos destinados ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural provocou críticas por parte da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT). O presidente da entidade, Lucas Costa Beber, afirmou que a medida é um retrocesso e compromete diretamente a segurança da atividade agrícola.
“Infelizmente, fomos surpreendidos por um corte significativo no seguro rural, recurso essencial para a proteção dos produtores em caso de adversidades climáticas”, declarou Beber. Segundo ele, o governo anunciou a retirada de aproximadamente R$ 384 milhões, o que compromete a execução do programa ainda neste ano.
De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, o seguro rural é uma ferramenta fundamental para a sustentabilidade do setor, especialmente diante da crescente instabilidade climática. “Estamos em um momento em que o seguro deveria ser fortalecido. O governo precisa entender que o agro tem uma demanda crescente por instrumentos de mitigação de riscos”, argumentou.
Beber destacou ainda que o Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, será duramente impactado pela redução dos recursos. Segundo ele, o estado já enfrenta desafios estruturais, como logística deficiente e custos elevados de produção, e a retirada do suporte ao seguro amplia a vulnerabilidade dos produtores.
A Aprosoja-MT defende que o governo reavalie a decisão e restabeleça os recursos destinados ao programa. “Estamos articulando com outras entidades representativas para pressionar o Congresso e o Executivo a reverter essa medida. É necessário garantir previsibilidade e segurança ao setor”, afirmou.
O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural subsidia parte do valor pago pelos produtores na contratação do seguro. Nos últimos anos, esse mecanismo tem sido fundamental para manter a produção em regiões sujeitas a eventos extremos como seca, excesso de chuvas ou geadas.
Segundo dados da Aprosoja, a contratação de apólices com subvenção federal tem aumentado progressivamente, refletindo a maior conscientização do produtor rural quanto à gestão de riscos. No entanto, sem a verba pública, a expectativa é de que muitos produtores fiquem desassistidos, especialmente os de menor porte.
Para Lucas Beber, a falta de previsibilidade nas políticas públicas é um dos maiores entraves ao planejamento da atividade agrícola no Brasil. “O produtor precisa de estabilidade para tomar decisões. Medidas como essa geram incerteza e afetam toda a cadeia produtiva”, concluiu.
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