*Por: Luciano dos Santos Alegre

Não é segredo para ninguém que o agronegócio brasileiro cresceu muito nos últimos anos. Mas junto com esse crescimento vieram novos desafios: crédito mais caro, preços mais voláteis e margens cada vez mais apertadas.

Um questionamento talvez paire sobre a sua cabeça, sabe quanto custa produzir um saco de soja ou de milho ou um quilo de carne na minha fazenda? 

Pois é, não saber é um risco.

Por exemplo, em 2022, o custo operacional médio da soja no Centro-Oeste ficou na casa dos R$ 4.800 por hectare, segundo dados da Conab. Já o preço médio da saca chegou a R$ 180 no pico do mercado, mas caiu para R$ 140 durante a colheita. Quem vendeu tudo na colheita, muitas vezes, ficou no limite do ponto de equilíbrio, ou até com prejuízo, se teve quebra de produtividade ou custo de capital alto.

Por isso, entender o ponto de equilíbrio da sua lavoura, ou seja, o preço mínimo de venda para cobrir os custos, é vital.

Indicadores como margem líquida, retorno sobre o capital investido, custo financeiro da operação e a rentabilidade do seu negócio são tarefas que precisam sair do papel e entrar na rotina da fazenda.

Com taxas de juros acima de 15% ao ano em algumas linhas, o crédito mal planejado pode virar uma armadilha. Já quem apresenta um bom planejamento, controle de caixa, histórico de produtividade e estratégia clara de comercialização, consegue negociar melhor prazos, taxas e até formas alternativas de financiamento.

Não adianta só plantar e torcer, o produtor que se protege da volatilidade com contratos futuros, seguro agrícola bem estruturado e com planejamento de venda, tem mais estabilidade e previsibilidade.

O hedge cambial, por exemplo, é essencial para quem compra fertilizante e vende produto em dólar — uma relação cada vez mais comum.

Com apenas 17% dos produtores com silos próprios e um déficit de mais de 120 milhões de toneladas em armazenagem no Brasil, muita gente ainda é refém do preço na colheita.

Mas quem consegue guardar e vender depois — e isso exige gestão de caixa! — pode ganhar até 15% a mais no preço final, dependendo do ano.

A fazenda de sucesso hoje é aquela que tem boa produtividade e bom controle financeiro.

A diferença entre crescer com solidez ou quebrar na próxima crise está em conhecer os próprios números e tomar decisão com base neles. Se você ainda não faz isso, comece agora. E se precisar, busque apoio técnico. 

Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser, nos acompanhar nas redes sociais, é só seguir o @olucianoalegre no Instagram. 

Até mais...

*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio. 

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