A UPL anunciou durante a Tecnoshow Comigo um programa que pretende ampliar a gestão socioambiental no campo por meio de uma parceria com cinco cooperativas agropecuárias brasileiras. A iniciativa, batizada de Pacto do Agro Sustentável (PAS), prevê a entrega de ferramentas técnicas a mil propriedades rurais, com foco em diagnóstico ambiental, relatórios de sustentabilidade e inventário de emissões de gases de efeito estufa. O acesso será gratuito para os produtores participantes.

“O objetivo é levar sustentabilidade para dentro da porteira com base em dados e evidências. Queremos apoiar o produtor na regularização ambiental e na preparação para um mercado cada vez mais exigente”, afirmou Rogério Melo, consultor sênior para carbono e food value chain da UPL, em entrevista ao podcast Agro e Prosa.

O PAS é uma das ações preparatórias da UPL para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em novembro deste ano, na cidade de Belém (PA), região inserida no bioma amazônico. Parte dos resultados do programa será apresentada no evento internacional e deve estar disponível em menos de oito meses.

O programa contempla três entregáveis principais. O primeiro é o diagnóstico técnico do Cadastro Ambiental Rural (CAR), com análises que permitem ao produtor identificar eventuais pendências antes que se tornem entraves ao financiamento rural. “Muitos só descobrem que há problemas no CAR na hora de buscar crédito. Com esse diagnóstico, é possível corrigir irregularidades com antecedência”, explicou Melo.

Em seguida, cada propriedade receberá um relatório de sustentabilidade, elaborado com o uso de imagens de satélite, dados públicos e inteligência artificial. As informações serão consolidadas com o apoio das cooperativas participantes, permitindo mapear práticas ambientais de forma técnica e objetiva.

O inventário de emissões de carbono completa o pacote de entregas do programa. A metodologia segue padrões internacionais e quantifica as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa, contribuindo para que o produtor possa atender exigências de mercados e acessar programas de crédito de carbono.

As cooperativas envolvidas são: Comigo (Rio Verde, GO), Copasul (Naviraí, MS), Coplacana (Piracicaba, SP), Holambra (Paranapanema, SP) e Integrada (Londrina, PR). A atuação conjunta com a UPL permitirá que o levantamento ocorra em propriedades de diferentes biomas, práticas produtivas e escalas de operação.

“Queremos oferecer ferramentas que contribuam para a competitividade do produtor rural. Com relatórios estruturados e embasados tecnicamente, ele poderá atender exigências de mercado e posicionar sua produção em cadeias sustentáveis de valor”, disse Melo.

O objetivo da UPL é utilizar os resultados do pacto para apresentar uma visão técnica e fundamentada do agro brasileiro na COP 30. “Vamos levar relatórios e inventários que mostram o que o produtor já realiza em termos de sustentabilidade. O Brasil preserva mais de 66% do território e lidera o uso de defensivos biológicos. É fundamental que a COP conheça essa realidade”, destacou o consultor.

Durante a feira, a Comigo também anunciou a neutralização da pegada de carbono da Tecnoshow, medida que contribui para consolidar a imagem do cooperativismo como agente ativo em ações ambientais. “A Comigo assume um papel relevante ao compensar as emissões do evento. Essa iniciativa demonstra comprometimento e visão estratégica sobre os desafios ambientais do presente e do futuro”, observou Melo.

A UPL mantém atuação em programas de agricultura regenerativa e rastreabilidade ambiental em diferentes países. No Brasil, a empresa tem ampliado sua presença em projetos que integram sustentabilidade e tecnologia aplicada à produção rural. A expectativa é de que o modelo desenvolvido com as cooperativas possa ser ampliado para outras regiões.