O impacto do pulgão Rhopalosiphum maidis na produtividade da safrinha de milho
Pulgão-do-milho preocupa produtores na safrinha ao transmitir vírus que reduz vigor das plantas e compromete produtividade da lavoura.

Por: Fernando Bozzolan de Lima
A cultura do milho enfrenta diversos desafios fitossanitários, sendo a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) um dos principais alvos do manejo dos agricultores. Isso se deve ao seu papel na transmissão de molicutes, agentes causadores do enfezamento do milho, que comprometem significativamente a produtividade da lavoura. No entanto, outro inseto tem ganhado destaque pelo seu impacto negativo na cultura: o pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis). Muitas vezes subestimado, esse pequeno inseto pode representar uma grande ameaça, especialmente na safrinha.
Danos causados pelo pulgão-do-milho
O Rhopalosiphum maidis é um inseto sugador que se alimenta da seiva das plantas, causando uma série de danos diretos e indiretos. Entre os prejuízos diretos, destacam-se:
• Redução do vigor da planta: O ataque intenso pode enfraquecer o milho, comprometendo seu desenvolvimento e produtividade.
• Secreção de substâncias pegajosas (honeydew): Essa substância favorece o crescimento de fungos como a fumagina, que reduz a capacidade fotossintética da planta.
No entanto, o maior impacto do pulgão está nos danos indiretos, pois ele é vetor do vírus do mosaico-comum-do-milho (Maize Dwarf Mosaic Virus - MDMV). Esse vírus pode comprometer o desenvolvimento das plantas, causando nanismo e redução na formação de espigas, impactando diretamente na produtividade.
Pulgão x Cigarrinha: Um paralelo necessário
Não há dúvidas de que a cigarrinha-do-milho merece grande atenção no manejo fitossanitário, dado o alto potencial de danos causados pelos enfezamentos. No entanto, focar exclusivamente nesse inseto pode fazer com que outras ameaças, como o pulgão-do-milho, passem despercebidas.
A safrinha de milho está especialmente suscetível ao ataque de pulgões, pois as condições climáticas, aliadas a fatores como a menor oferta de inimigos naturais, favorecem a sua multiplicação. O impacto sobre a produtividade pode ser significativo, especialmente em áreas de alta incidência do vírus MDMV.
Estratégias de manejo para reduzir os danos do pulgão
Para minimizar os prejuízos causados pelo Rhopalosiphum maidis, algumas estratégias de manejo devem ser adotadas:
1. Monitoramento constante: A inspeção periódica da lavoura é fundamental para identificar infestações iniciais e tomar medidas preventivas.
2. Uso de cultivares resistentes: Algumas variedades de milho possuem maior tolerância ao vírus MDMV, reduzindo os impactos da infecção.
3. Controle biológico: Inimigos naturais, como joaninhas e crisopídeos, podem auxiliar na regulação da população de pulgões.
4. Manejo químico racional: O uso de inseticidas deve ser criterioso, priorizando produtos seletivos que preservem inimigos naturais.
Conclusão
Embora a cigarrinha-do-milho continue sendo uma das maiores preocupações dos produtores, o pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis) não deve ser negligenciado. Seu impacto sobre a safrinha, principalmente como vetor do vírus MDMV, pode comprometer significativamente a produtividade das lavouras. Assim, um manejo integrado que considere ambas as ameaças é essencial para garantir uma safrinha mais produtiva e rentável.
*Fernando Bozzolan de Lima, Engenheiro Agrônomo – Franqueado/Representante Comercial
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