Com consumo médio de 263 ovos por pessoa ao ano no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a avicultura de postura enfrenta pressão para elevar a produtividade e manter a qualidade. Diante desse cenário, a ADM, empresa global em nutrição humana e animal, mobilizou seu time técnico para orientar produtores sobre práticas nutricionais que impactam diretamente a lucratividade e a aceitação do produto pelo consumidor.

Segundo Leonardo Bertin Capeletto, nutricionista sênior para Aves da ADM, um dos principais gargalos da produção está relacionado à casca do ovo. “Perdas por fragilidade da casca podem chegar a 3%, especialmente em lotes com aves mais velhas”, aponta. A resistência da casca depende de fatores como o peso do ovo, idade da galinha e disponibilidade de minerais adequados, especialmente cobre, manganês e zinco.

Esses microminerais têm papel essencial na formação estrutural da casca, atuando como metaloenzimas em processos metabólicos. O manganês contribui para a matriz orgânica, o zinco regula a deposição de cálcio e o cobre está ligado à síntese de elastina e colágeno. Deficiências nesses elementos comprometem não apenas a estrutura do ovo, mas também a saúde das aves.

A suplementação adequada é ainda mais relevante em períodos de estresse térmico. A elevação da taxa respiratória provoca alcalose respiratória, o que afeta a produção da enzima anidrase carbônica, fundamental na formação da casca. Nesse contexto, o aumento na oferta de zinco e selênio — este último com ação antioxidante — pode mitigar impactos negativos. Capeletto destaca que microminerais ligados a compostos orgânicos têm maior biodisponibilidade e resultam em menor excreção, o que contribui para reduzir a carga ambiental da atividade.

A ADM atua com soluções específicas para essas demandas por meio das linhas B-TRAXIM (OTM) e Perfegg. Esta última, voltada a aves com mais de 70 semanas, tem foco na saúde hepática, prolongando o ciclo produtivo com qualidade. A companhia também oferece aditivos como ácidos orgânicos (Premium Acid e Daafit Plus), fitogênicos (XTRACT) e soluções prebióticas (B-Safe), compondo um pacote técnico com foco em sustentabilidade e desempenho.

Outro aspecto relevante da produção de ovos é a coloração da gema, critério que impacta diretamente a percepção do consumidor. “A pigmentação está relacionada aos carotenoides presentes na dieta, especialmente à xantofila do milho”, explica Capeletto. Ingredientes como o sorgo, embora nutritivos, podem comprometer esse atributo, o que exige ajuste fino na formulação da ração.

Além da coloração, o tamanho do ovo também influencia na rentabilidade da produção. A classificação oficial, segundo a Portaria SDA nº 747/2023, vai de pequeno (até 47,99g) a jumbo (acima de 68g), com impacto direto na comercialização. O porte final do ovo depende da genética, manejo (temperatura e luz) e composição proteica da dieta.

Outro indicador de qualidade é a altura do albúmen, medida pelas Unidades de Haugh (UH). Esse parâmetro indica o frescor do produto e sofre influência direta da idade das poedeiras e das condições de armazenamento. Por isso, o planejamento nutricional precisa considerar estratégias que sustentem o nível de UH ao longo do tempo.

Capeletto destaca que a longevidade produtiva da ave está diretamente ligada à nutrição desde o nascimento. “A saúde intestinal e o equilíbrio da microbiota são determinantes para o desempenho. Uma dieta adequada desde o início da vida da pintainha reflete-se em uma postura mais eficiente e prolongada.”

A empresa trabalha com o conceito de Egg Quality, um conjunto de práticas voltadas à avaliação técnica das granjas e à customização de soluções para poedeiras comerciais e reprodutoras. A ADM fornece rações pré-iniciais, premixes e aditivos formulados para responder às necessidades das aves em cada estágio da criação.