Produtores de tomate precisam reforçar manejo contra pragas e viroses
A sustentabilidade é chave para enfrentar os desafios na produção de tomate. Nesse período de La Niña o monitoramento é essencial para mitigar riscos.

Com o avanço do fenômeno climático La Niña, produtores de tomate precisam redobrar a atenção com o manejo de suas lavouras para evitar perdas. Maurício de Souza, especialista em Desenvolvimento de Mercado da BASF, destaca que a La Niña favorece o surgimento de pragas e doenças, como a mosca branca, um dos principais desafios enfrentados atualmente pelos agricultores. "O fenômeno gera períodos secos que aumentam a proliferação de pragas, comprometendo a qualidade e a produtividade", afirmou o agrônomo.
Goiás tem consolidado sua relevância na produção de tomate tanto na indústria quanto no mercado de consumo in natura. Segundo Maurício, a localização estratégica e a capacidade técnica dos agricultores têm contribuído para o sucesso do setor, mas é essencial seguir boas práticas de manejo para manter o desempenho. "As indústrias de derivados de tomate, por exemplo, estão concentradas na região, o que evidencia a importância de uma produção eficiente e sustentável", explicou.
Um dos principais inimigos do tomateiro é a mosca branca, que além de sugar a seiva da planta, é vetor de viroses devastadoras. A presença desse inseto pode gerar perdas significativas na lavoura, chegando a comprometer até 100% da produção em casos severos. "O manejo cultural é uma ferramenta imprescindível para controlar a mosca branca, que se multiplica em lavouras mais antigas e transmite doenças para as mais novas", alertou Maurício.
Para minimizar os danos, o especialista recomenda a aplicação de um manejo integrado, que envolve monitoramento constante, rotação de culturas e descarte adequado de plantas doentes. "A presença de soja próxima à lavoura de tomate pode aumentar a infestação da mosca branca, exigindo intervenções adicionais, como barreiras químicas", ressaltou. Ele também destacou a importância de evitar misturas inadequadas de defensivos, que podem comprometer a eficácia dos produtos e prejudicar a saúde das plantas.
Outro aspecto relevante é a evolução dos produtos disponíveis no mercado, com menor impacto ambiental e maior segurança para o consumidor. "Hoje, muitos defensivos têm períodos de carência reduzidos, permitindo que o tomate seja colhido com zero resíduo químico, atendendo à demanda crescente por alimentos saudáveis e seguros", informou Maurício. A adoção dessas tecnologias reflete a busca pela sustentabilidade e pela preservação da qualidade dos alimentos ofertados.
A rotação de culturas é outra prática essencial para garantir a vitalidade do solo e a sanidade da lavoura. A alternância com culturas como soja ou milho auxilia na quebra do ciclo de pragas e fungos de solo, além de melhorar a estrutura e a fertilidade do terreno. "A rotação permite colher frutos de melhor qualidade e agrega valor ao produto final, resultando em maior competitividade no mercado", enfatizou o especialista.
Com a La Niña exigindo ainda mais cuidados, a atenção ao manejo torna-se indispensável. "O sucesso da lavoura depende não apenas de insumos de qualidade, mas também da disciplina na execução do manejo integrado e na rotatividade de produtos", concluiu Maurício. Dessa forma, os produtores têm mais chances de mitigar os impactos das condições climáticas e alcançar bons resultados na safra.
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