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Rio Verde,17/05/2024

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Implicações do El Niño em recursos hídricos e agricultura brasileira

Com El Niño forte em 2023, regiões brasileiras enfrentaram desafios climáticos variados, impactando diretamente a agricultura e a gestão dos recursos hídricos.


Implicações do El Niño em recursos hídricos e agricultura brasileira

Em 2023, o Brasil testemunhou os efeitos de um El Niño de forte intensidade, desencadeando uma série de alterações climáticas e hídricas com repercussões diretas na agricultura nacional. Este fenômeno climático, marcado pelo aquecimento das águas do Pacífico Equatorial, foi responsável por um ano de extremos climáticos, desde anomalias nas chuvas até alterações na umidade do solo, vitais para a produtividade agrícola.

Observações desde junho de 2023 revelaram o estabelecimento de águas significativamente mais quentes no Pacífico Equatorial, um indicativo clássico do El Niño. O estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, viu um aumento nas precipitações entre 50 e 100 mm acima da média histórica em dezembro, contrastando com o déficit de chuvas na Região Norte, exceto por áreas isoladas nos estados do Amazonas, Pará e Amapá.

Previsões para o início de 2024 indicavam um panorama complexo. Enquanto áreas centrais e orientais do país experimentaram um regime mais úmido, beneficiando regiões agrícolas importantes como Mato Grosso e Goiás, a maioria do Brasil enfrentou no s meses de janeiro, fevereiro e primeira quinzena de março, condições mais secas que o normal, desafiando a sustentabilidade dos recursos hídricos e o rendimento das lavouras.

Os níveis de umidade do solo mostraram melhora, em especial no Centro-Oeste, na segunda quinzena de março. As projeções sazonais sugerem a transição de El Niño na primeira quinzena de abril para um període de neutralidade climática, com a maioria dos modelos climáticos prevendo um enfraquecimento gradual do fenômeno. Temperaturas da superfície do mar devem retornar a condições de neutralidade até o outono de 2024, com a possibilidade de transição para o fenômeno La Niña no segundo semestre do ano.

De fevereiro a março tivemos chuvas abaixo da média em grandes partes do centro e norte do Brasil. Contudo, áreas do centro-sul e noroeste receberam chuvas acima da média. Além das chuvas, o El Niño impactou os recursos hídricos brasileiros, com o Monitor de Secas apontando para condições severas de seca no Norte e Nordeste. Em contraste, a Região Sul apresentou uma redução nos níveis de alerta de inundação. Esse quadro hídrico complexo destacou a importância de estratégias adaptativas de gestão de riscos e desastres.

Ao avaliar o cenário até abril de 2024, fica evidente que o El Niño trouxe significativos desafios para o Brasil, afetando a agricultura e a gestão dos recursos hídricos. As previsões apontam para um ano de adaptação e vigilância, enquanto o país se prepara para as mudanças climáticas projetadas e seus impactos no setor agrícola e na disponibilidade hídrica. A resposta a esses desafios é essencial para assegurar a resiliência e a sustentabilidade do agronegócio brasileiro frente às adversidades climáticas.





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