O estado de Goiás enfrenta o desafio de combater duas zoonoses preocupantes: brucelose e tuberculose, com impactos diretos na pecuária e saúde pública. A primeira reunião do ano da Comissão Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose em Goiás foi realizada na Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), reunindo representantes do governo, setor produtivo e acadêmico para discutir e atualizar as estratégias de enfrentamento.

José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destacou a importância dessa colaboração. "Agradeço o empenho de todos os presentes, que demonstram o compromisso com a pecuária goiana. Juntos, estamos buscando soluções para controlar e eventualmente erradicar essas doenças de nosso estado," afirmou.

Um dos principais pontos discutidos foi a necessidade de aumentar a taxa de vacinação contra a brucelose, especialmente em fêmeas jovens, de três a oito meses. Antônio Pinto, presidente da Comissão Estadual, enfatizou: "Para erradicar a brucelose, é fundamental intensificar a vacinação nessa faixa etária, visando proteger o grupo mais vulnerável."

Rafael Costa Vieira, gerente de sanidade animal da Agrodefesa, apresentou dados alarmantes sobre a baixa adesão à vacinação. "Em 2023, apenas 60,5% das fêmeas em idade de vacinação foram imunizadas contra a brucelose. Isso representa um grande desafio na luta contra a doença," explicou Vieira. A situação da tuberculose também foi abordada, com uma prevalência de 3,43% em propriedades rurais, baseada na última amostragem.

Representantes do setor produtivo solicitaram mais apoio do governo, comparável ao sucesso das campanhas contra a febre aftosa. Propuseram a criação de um fundo para compensar os produtores pelos animais abatidos devido à notificação de zoonoses. "Precisamos de um suporte que minimize as perdas econômicas dos produtores frente a essas doenças," sugeriu um dos participantes.

Para aprimorar o controle e registro do rebanho, a Agrodefesa planeja implementar no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) métodos mais eficientes de registro. "A partir de maio, introduziremos funcionalidades que facilitarão o controle de vacinação e a gestão do rebanho em idade vacinal," anunciou Vieira.

A Comissão Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose, que inclui diversas entidades e instituições, evidencia o comprometimento de Goiás no combate a estas zoonoses, reunindo-se trimestralmente para avaliar progressos e planejar novas ações.

Esta cooperação entre o governo, setor produtivo e acadêmico é necessária para superar os desafios impostos pela brucelose e tuberculose. A conscientização sobre a vacinação, melhorias nos sistemas de registro e monitoramento, além do apoio contínuo a produtores, são medidas fundamentais para a saúde da pecuária goiana, contribuindo para sua sustentabilidade e competitividade.