Tétano em Equinos: Prevenção e tratamento eficientes
Tétano em equinos é uma doença grave com alta mortalidade. Vacinação, higiene e manejo adequado são fundamentais na prevenção.
O tétano é uma das doenças mais graves que acometem equinos, caracterizado pela alta taxa de mortalidade e por exigir tratamento intensivo e prolongado. Causada pela bactéria Clostridium tetani, presente em solos ricos em matéria orgânica e no trato digestivo de animais, a enfermidade afeta o sistema nervoso, levando a contraturas musculares severas e, em muitos casos, à morte.
Segundo o médico-veterinário Kauê Ribeiro, o tétano ocorre geralmente pela contaminação de feridas profundas, como cortes, perfurações nos cascos ou infecções no umbigo de potros. "É importante estar atento aos sinais clínicos para um diagnóstico correto e início imediato do tratamento", orienta.
Causas e Transmissão
A Clostridium tetani é uma bactéria anaeróbica, ou seja, que se prolifera em ambientes com pouco ou nenhum oxigênio. A transmissão ocorre pela inoculação dos esporos da bactéria em feridas, sendo comum em práticas de manejo inadequado, como reutilização de agulhas e cirurgias sem higiene apropriada.
Uma vez instalada no organismo, a bactéria libera neurotoxinas, especialmente a tetanospasmina, que interfere no funcionamento do sistema nervoso, provocando rigidez muscular e espasmos. A progressão da doença pode levar à paralisia dos músculos respiratórios, resultando em asfixia.
Sinais Clínicos e Diagnóstico
Os sinais clínicos variam conforme a gravidade, mas incluem rigidez muscular, movimentos limitados, dificuldade para mastigar e engolir, além de sensibilidade exacerbada ao som, luz e toque. Características como protrusão da terceira pálpebra, postura de cavalete e cauda erguida ajudam no diagnóstico. Em casos avançados, a doença pode evoluir rapidamente para óbito.
Tratamento: Um Desafio Complexo
O tratamento envolve medidas para combater a bactéria e suas toxinas, além de cuidados de suporte para aliviar os sintomas e proteger o animal. "Antibióticos, soro antitetânico e relaxantes musculares são fundamentais no manejo da doença. É importante também garantir um ambiente tranquilo, com cama alta e pouca exposição a estímulos sonoros ou luminosos", explica Ribeiro.
Além disso, o manejo das feridas é essencial. Limpeza adequada, antissepsia e fluidoterapia podem ser necessárias para restaurar o equilíbrio do organismo. "A recuperação depende de um diagnóstico precoce e de uma abordagem ampla, que inclui cuidados intensivos e suporte contínuo", complementa o médico-veterinário.
Prevenção: A Melhor Defesa
A vacinação anual é a forma mais eficaz de prevenir o tétano em equinos. Éguas prenhes devem ser imunizadas no último terço da gestação para garantir proteção aos potros. O uso de soro antitetânico em situações de risco, como cirurgias ou ferimentos profundos, também é uma prática recomendada.
Além disso, a adoção de boas práticas de manejo é indispensável. Procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em ambientes higienizados e o descarte de materiais, como agulhas, deve seguir padrões de segurança. Feridas nos animais precisam ser tratadas imediatamente para evitar infecções.
O tétano em equinos exige atenção e ações preventivas para garantir a saúde e o bem-estar dos animais. A conscientização sobre a importância da vacinação e do manejo correto é essencial para evitar perdas significativas e preservar o desempenho nas atividades que envolvem os equinos.
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