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,11/12/2024

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Inovação brasileira reduz dependência de fertilizantes importados

Tecnologia da Embrapa para solubilização de fósforo gerou R$ 4 bilhões ao Brasil, elevando a produtividade agrícola em 10 milhões de hectares desde 2019.


Inovação brasileira reduz dependência de fertilizantes importados Foto: Guilherme Viana

A tecnologia de solubilização de fósforo desenvolvida pela Embrapa em parceria com a empresa Bioma alcançou resultados expressivos para a agricultura brasileira, acumulando R$ 4,2 bilhões em benefícios econômicos desde seu lançamento em 2019. Nomeada comercialmente de BiomaPhos, a inovação já impactou mais de 10 milhões de hectares ao longo de cinco anos, com um aumento contínuo na área de aplicação, que ultrapassou 4 milhões de hectares na última safra.

De acordo com a pesquisadora Christiane Paiva, da Embrapa Milho e Sorgo, a solução representa um marco na adoção de tecnologias para o agro nacional. “É uma inovação sem precedentes no mercado, com impacto significativo na produtividade e na sustentabilidade do setor,” afirma. O produto, que inicialmente atendia à cultura do milho, foi ampliado para soja, cana-de-açúcar e feijão, e segue em validação para outras culturas, como sorgo, arroz e tomate.

Resultados no campo e no mercado internacional

Os ganhos produtivos são expressivos. Em áreas de milho, a aplicação do BiomaPhos aumentou a produtividade média em 8,9%, enquanto na soja, o salto foi de 67,2 para 71,6 sacas por hectare. Além disso, o conteúdo de fósforo nos grãos aumentou em 14% na soja e em 19% no milho. O feijão registrou incremento de 14% na produtividade, reforçando o potencial do bioinsumo em diferentes culturas.

A tecnologia também ultrapassou fronteiras. Desde 2022, o BiomaPhos é utilizado em 14 estados norte-americanos, incluindo o Corn Belt, e foi registrado em países como Alemanha, Canadá, Argentina e Bolívia. Testes no exterior indicaram ganhos médios de 17 sacas de milho por hectare e 10 sacas de soja por hectare.


Como funciona o BiomaPhos

A tecnologia atua diretamente na rizosfera, a região próxima às raízes, utilizando microrganismos selecionados para solubilizar fósforo preso no solo e na matéria orgânica. Estudos da Embrapa revelam que, em solos brasileiros, apenas 0,1% do fósforo está disponível para absorção imediata pelas plantas. A bactéria Bacillus subtilis, presente no inoculante, produz substâncias que liberam o fósforo inerte, tornando-o acessível às plantas.

“Os Bacillus conseguem aumentar a absorção do fósforo, seja pela solubilização dos minerais, seja pela mineralização da matéria orgânica, resultando em maior disponibilidade do nutriente para as culturas,” explica Paiva.


Impacto no mercado de bioinsumos

O avanço do BiomaPhos reflete o crescimento do mercado brasileiro de bioinsumos, que lidera a adoção global de biofertilizantes. Dados do GlobalFert indicam que o Brasil foi responsável por 36% do consumo mundial de biofertilizantes no primeiro semestre de 2023, superando regiões como União Europeia (25%) e China (22%).

Com 85% dos fertilizantes consumidos no país provenientes de importação, tecnologias como o BiomaPhos representam uma alternativa estratégica para reduzir a dependência externa e atender à demanda crescente por soluções sustentáveis.


Expansão e perspectivas futuras

Desde 2019, a parceria público-privada entre Embrapa e Bioma possibilitou a escalabilidade da tecnologia, que segue em constante evolução. Registros recentes incluem a validação para feijão, com expectativa de expansão para culturas como tomate e batata. Para a safra 2023/2024, a previsão é de que a área de adoção do BiomaPhos ultrapasse 5 milhões de hectares, consolidando o papel da inovação no aumento da competitividade do agro brasileiro.





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