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,06/11/2024

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Queda no PIB do agro é indício de preocupação

PIB do Agronegócio Brasileiro mantém queda no segundo trimestre de 2024, refletindo desafios em todos os segmentos


Queda no PIB do agro é indício de preocupação

Por: Luciano Alegre


O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro continuou em trajetória de queda no segundo trimestre de 2024, com uma retração de 1,28%, segundo dados divulgados pelo Cepea/USP em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Esse desempenho acumula uma redução de 3,5% no primeiro semestre do ano, refletindo uma combinação de queda nos preços das commodities, menor produção em diversas áreas e impactos econômicos globais.

O segmento de insumos foi um dos mais afetados, registrando queda de 2,68% no segundo trimestre e acumulando 8,13% de retração no semestre. Esse resultado reflete o desempenho negativo de indústrias-chave para o agronegócio, como as de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas. A produção dessas indústrias foi pressionada pela queda nos preços e pela desaceleração das compras por parte dos produtores rurais, impactando diretamente o custo de produção agrícola.

O segmento primário, o produtor rural, também sofreu, com uma queda de 1,77% no segundo trimestre e uma retração acumulada de 5,11% no primeiro semestre. Na agricultura, a produção de culturas importantes como soja, milho e trigo foi reduzida, com recuo de 4,69% no PIB agrícola. Já no ramo pecuário, a queda foi de 3,74% no trimestre, influenciada pela diminuição nos preços de produtos como carne bovina, suínos e ovos, apesar do aumento da produção, que não foi suficiente para compensar a pressão nos preços.

A agroindústria também não escapou da retração, com uma queda de 0,62% no segundo trimestre e 1,93% no semestre. As agroindústrias de base agrícola tiveram um recuo de 0,97%, enquanto as de base pecuária registraram um leve crescimento de 0,99% no trimestre. O desempenho da agroindústria agrícola foi afetado principalmente pela queda nos preços de produtos como açúcar, biocombustíveis e óleos vegetais, que têm sofrido com a redução da demanda e a oferta abundante no mercado interno e externo.

Os agrosserviços registraram queda de 1,15% no trimestre e 2,74% no semestre. O desempenho desse segmento reflete diretamente as quedas nos demais setores do agronegócio, especialmente na agricultura. O menor volume de produção agrícola impacta a demanda por serviços como transporte, armazenamento e apoio financeiro, fundamentais para o escoamento e a comercialização da produção no campo.

Apesar das quedas generalizadas, o PIB do agronegócio brasileiro ainda deve alcançar R$ 2,5 trilhões em 2024, representando cerca de 21,8% do PIB total do Brasil. No entanto, esse percentual está abaixo dos 24% de participação no PIB nacional registrados em 2023, indicando a pressão que o setor enfrenta com a desvalorização de importantes commodities e os desafios relacionados ao clima e ao mercado internacional.

Essa discussão nos gera algumas dúvidas: como essas quedas nos diferentes segmentos podem impactar sua produção e a rentabilidade? A retração nos preços dos insumos, a redução das safras e a menor demanda por serviços agropecuários podem significar ajustes necessários no planejamento e nas estratégias de sua fazenda. Qual será o impacto no seu custo de produção? Como sua propriedade está se preparando para lidar com a volatilidade do mercado e as oscilações nos preços de comercialização? 


Pense nisso e até o nosso próximo momento AgroFinanceiro. Quem quiser nos acompanhar nas redes sociais é só seguir o @olucianoalegre no Instagram. 

Até mais...


*Luciano dos Santos Alegre, Engenheiro Agrônomo e especialista em finanças, consultor para empresas rurais em todo o Brasil com mais de 10 anos de experiência no agronegócio. 





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